BE
Bloco de Esquerda
Líder: Mariana Mortágua
Resumo do debate:
- Porta-voz: Mariana Mortágua
- Verdades: 73
- Mentiras: 4
- Incertas: 4
LIVRE
Livre
Líder: Rui Tavares
Resumo do debate:
- Porta-voz: Rui Tavares
- Verdades: 88
- Mentiras: 1
- Incertas: 8
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(00:32 - 00:35) LIVRE "um debate entre duas pessoas com quem o Luís Montenegro não quer debater."
(00:35 - 00:42) LIVRE "Acabou de o confirmar agora ainda no debate da RTP, no que é acima de tudo uma falta de respeito para com os portugueses e as portuguesas."
(00:43 - 00:47) LIVRE "bem, nós estamos numa situação em que interna e externamente vivemos em grande convulsão."
(00:48 - 00:51) LIVRE "Nós desde 2019 que não temos uma eleição regular em Portugal."
(00:51 - 00:59) LIVRE "Tivemos, ah, o colapso das negociações orçamentais em 2021, tivemos o caso influencer em 2024 e agora o Montenegro Gate em 2025."
(00:59 - 01:02) LIVRE "nós temos que procurar as maneiras de sair dessa instabilidade."
(01:03 - 01:08) LIVRE "E no no plano internacional, eu acho que está cada vez mais visível porque é que a Europa é importante."
(01:08 - 01:16) LIVRE "Nós estamos numa situação em que temos ou unidade europeia ou temos a cedência aos projetos imperiais, que são de Putin, que são de Trump, que são de Xi Jinping."
(01:17 - 01:23) LIVRE "E por isso, a construção europeia é uma construção que importa aos países pequenos e médios, como são todos os da Europa,"
(01:24 - 01:29) LIVRE "porque na verdade, na Europa há dois tipos de países: os que são pequenos e os que ainda não perceberam que são pequenos."
(01:35 - 01:36) LIVRE "o Livre tem uma convicção europeísta,"
(01:37 - 01:39) LIVRE "faz parte de uma família da Esquerda Verde Europeia,"
(01:40 - 01:49) LIVRE "procuramos manter uma coerência absoluta nas questões de direitos humanos, de respeito pela autodeterminação, dizer para a Ucrânia o mesmo que dizemos para a Palestina."
(02:02 - 02:07) LIVRE "a construção de uma comunidade europeia de defesa, por exemplo, é uma das coisas que nos distingue, é muitíssimo importante."
(02:24 - 02:26) BE "tenho a dizer que se é para ter um feriado a 9 de maio, também quero."
(02:27 - 02:32) BE "Porque acho que os feriados são sempre bem-vindos, porque são eh dias de salário sem trabalho."
(02:32 - 02:37) BE "E isso aumenta certamente a produtividade e também o salário de todos os trabalhadores."
(02:46 - 02:53) BE "O Bloco assume-se e sempre se assumiu como um partido europeísta, europeísta de esquerda, foi essa sempre a expressão que usamos."
(02:57 - 03:06) BE "Achamos que deve haver coordenação de políticas, que deve haver solidariedade, mecanismos de gestão democrática, instituições democráticas a nível europeu"
(03:06 - 03:08) BE "mas é óbvio que temos muitas críticas à Comissão Europeia."
(03:09 - 03:14) BE "Criticamos as políticas de austeridade permanente, eh, e em especial na Troika."
(03:14 - 03:21) BE "Criticamos a posição da da Comissão Europeia e da União Europeia na Palestina, ou ou manter o acordo de associação com com Israel,"
(03:21 - 03:29) BE "eh, não, eh, suspender a exportação de armas, não impor sanções, eh, a Israel."
(03:29 - 03:38) BE "Criticamos quando a Comissão Europeia e a União Europeia cederam ao lobby financeiro para mudar as políticas ambientais e as políticas de direitos humanos"
(03:39 - 03:43) BE "e agora criticamos esta deriva armamentista da Comissão Europeia."
(03:44 - 03:50) BE "Acho que gostar da Europa é poder criticá-la quando ela joga contra si própria."
(03:57 - 04:14) BE "O projeto de paz, de cooperação é um é um bom projeto, um projeto bonito, mas que a Comissão Europeia e a União Europeia têm têm jogado contra si própria, quando põe em causa esses mesmos valores, condenando eh muitos países ao empobrecimento, à austeridade, quando impõe regras que têm pouca lógica."
(04:15 - 04:16) BE "E esse espírito crítico é importante."
(04:39 - 04:46) LIVRE "que admite uma substituição da NATO caso a Europa consiga criar a sua própria comunidade de defesa."
(04:51 - 04:53) LIVRE "Bem, eu acho que é preciso ser consequente em relação à Europa."
(05:04 - 05:12) LIVRE "Eu lembro-me perfeitamente quando foi o referendo do Brexit, lembro-me de ouvir o Fernando Rosas, quer dizer, candidato agora por Leiria, a dizer que não se devia chorar uma lágrima pelo fim da União Europeia."
(05:13 - 05:14) LIVRE "É uma diferença histórica grande."
(05:15 - 05:24) LIVRE "Nós no Livre acreditamos na construção das instituições que conseguimos conquistar a duas a duras penas após a Segunda Guerra Mundial, a União Europeia, como a ONU, como a OCDE,"
(05:25 - 05:34) LIVRE "e dissemos desde o início que é através delas que nós conseguimos substituir uma globalização que é injusta e que é desregulada por uma globalização que seja justa."
(05:34 - 05:46) LIVRE "Nunca nos deixamos encandear porque às vezes há de algum discurso nacionalista à esquerda que acha eh que, por exemplo, uma desglobalização mesmo que movida por Trump pode ser uma coisa interessante."
(05:46 - 05:51) LIVRE "Nós dizíamos há 10 anos que era preciso que a OCDE impusesse uma taxa mínima para o IRC global."
(05:52 - 05:53) LIVRE "Isso fez-se caminho aí."
(05:53 - 05:59) LIVRE "Nós, eh, introduzimos debates na Assembleia da República sobre a taxação dos super ricos, só pode ser feita a nível internacional."
(05:59 - 06:13) LIVRE "E agora dizemos que a União Europeia neste momento de guerra comercial tem que procurar ir ao encontro do Mercosul, da ASEAN, de outros países do mundo, para manter umas regras de um comércio, eh eh eh internacional, um comércio mundial que seja regulado."
(06:14 - 06:18) LIVRE "Nunca defendemos, por exemplo, a saída do euro, isso foi um debate que foi um debate muito intenso."
(06:18 - 06:21) LIVRE "O Francisco Loça escreveu um livro inteiro sobre a solução novo escudo."
(06:21 - 06:26) LIVRE "E na comunidade Europeia de defesa, também nós não podemos ficar, como dizem os nossos irmãos brasileiros, no mato sem cachorro."
(06:27 - 06:31) LIVRE "Ou seja, a Europa precisa ter alternativas e precisa ter soluções."
(06:31 - 06:36) LIVRE "O Livre, talvez correndo riscos, propõe a, eh, o o avanço para uma comunidade europeia de defesa,"
(06:37 - 06:38) LIVRE "para não estarmos pendentes dos Estados Unidos."
(06:51 - 07:00) LIVRE "Não, a Europa precisa certamente de substituir armas que compra aos Estados Unidos e precisa de interoperabilidade e precisa de quando tem mais militares no ativo do que aqueles que têm a Rússia,"
(07:00 - 07:03) LIVRE "mal feito fora, temos três vezes a população da Rússia,"
(07:03 - 07:06) LIVRE "mas tropas que muitas vezes não estão habituadas a trabalhar em conjunto."
(07:06 - 07:11) LIVRE "Nós temos na NATO uma coisa que se chama Artigo 5o, que está hoje em dia em dúvida, é a coluna vertebral da NATO."
(07:12 - 07:16) LIVRE "No Tratado da União Europeia, temos a mesma coisa, o equivalente, chama-se artigo 42.7."
(07:17 - 07:21) LIVRE "É aquilo que inclusive permite defender países que são da União Europeia e não são da NATO, como a Áustria e a Irlanda."
(07:22 - 07:27) LIVRE "É preciso dar corpo, dar efetividade, dar materialidade a esse artigo de entre ajuda entre países europeus."
(07:46 - 07:49) BE "Em primeiro lugar, o Bloco nunca propôs a saída do do euro."
(07:50 - 08:05) BE "Em segundo lugar, eu própria acho que cheguei, chorei uma lágrima pela União Europeia quando vi o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia a esmagarem a Grécia e a democracia na Grécia e a dizer, vocês vão aceitar a austeridade, porque senão nós cortamos o financiamento à banca."
(08:06 - 08:39) BE "Acho que qualquer pessoa, qualquer pessoa, qualquer pessoa de esquerda que passou por esse momento de violência, de políticas antidemocráticas, de políticas, eh, erradas em que as instituições europeias ultrapassaram os seus poderes e usaram os seus poderes contra as democracias, acho que se não ficarmos todos um bocadinho mais, eh, vacinados e céticos sobre as instituições europeias e mais críticos também, isso diz muito sobre nós."
(08:39 - 08:46) BE "E e eu fiquei. Eu fiquei mais crítica depois de ter, de ver o que é que a União Europeia, o que é que a Comissão Europeia fizeram"
(08:51 - 08:54) BE "o que a Comissão Europeia e que o Banco Central Europeu fizeram à Grécia."
(08:54 - 09:06) BE "E portanto, acredito sim que é possível uma Europa diferente e acredito sim que é preciso criticar a Comissão Europeia pelas suas regras injustas e pelas imposições que faz à soberania do dos países."
(09:10 - 09:16) BE "O que o que diferencia o Bloco do do Livre, eh, nestas eleições, nós tivemos um debate aqui"
(09:20 - 09:27) BE "ah, o que diferencia, que há pouco tempo em que, eh, muita gente disse, não percebi quais são as divergências entre o Bloco e o Livre."
(09:28 - 09:33) BE "E na verdade, não havia e não há muitas, temos convergências na maior parte das nossas propostas e do programa."
(09:34 - 09:42) BE "Surgiu, surgiu entretanto, acho eu agora um tema que no qual temos posições diferentes e vale a pena explicá-las, é importante explicá-las."
(09:42 - 09:47) BE "E ele não tem a ver, não é sobre cooperação militar a nível europeu."
(09:47 - 09:50) BE "O Bloco defende cooperação militar a nível europeu."
(09:50 - 09:52) BE "É óbvio que tem que haver cooperação militar."
(10:03 - 10:11) BE "O que nos diferencia do Livre é a ideia de que se devemos ou não devemos gastar mais em armamento, investir mais a comprar e a produzir armas."
(10:12 - 10:14) BE "E o Livre entende que sim, e o Bloco entende que não."
(10:15 - 10:22) BE "E entende que não, porque a Europa já investe o suficiente para a sua defesa em armas,"
(10:22 - 10:23) BE "porque a Europa é uma potência militar,"
(10:24 - 10:30) BE "porque a Europa tem um orçamento e uma capacidade militar que ultrapassa a da Rússia,"
(10:30 - 10:32) BE "e portanto, não é a defesa da Europa que está em causa."
(10:32 - 10:47) BE "O que está em causa é alimentar uma indústria da defesa, é fazer com a justificação do armamento, aquilo que a Europa foi incapaz de fazer por causa das suas regras de austeridade e as suas regras erradas, que é ter um projeto económico."
(10:49 - 10:55) BE "não me parece que a esquerda possa aceitar que o projeto económico da Europa seja o armamento."
(10:55 - 11:01) BE "O projeto económico da Europa tem de ser a habitação, os serviços públicos, a transição ecológica."
(11:10 - 11:13) LIVRE "a Europa tem, não pode ser negacionista em relação às ameaças que estão à sua volta."
(11:14 - 11:24) LIVRE "Eu não gostaria que a Europa, em nenhuma situação, ficasse perante a ameaça de Putin - foi uma ameaça em 2007 na Georgia, 2014 na Ucrânia, 2022 na Ucrânia outra vez."
(11:36 - 11:40) LIVRE "eu não quero que se pense que Putin é uma gripezinha como Bolsonaro dizia do Covid."
(11:40 - 11:44) LIVRE "E portanto, temos que nos preparar e preparamo-nos mesmo que a ameaça venha ou não venha."
(11:45 - 11:55) LIVRE "Agora, o que isso não pode em nenhum momento é impedir a Europa de fazer a transição ecológica que precisa de fazer e o investimento social que precisa de fazer, em particular na habitação."
(11:56 - 12:02) LIVRE "Construir a casa comum europeia tem que ser também construir casas para os europeus comuns poderem pagar."
(12:03 - 12:04) LIVRE "E isso pode ser feito em conjunto."
(12:04 - 12:11) LIVRE "A boa notícia é que a União Europeia gasta muito pouco do seu PIB em orçamento, é cerca de 1%, mesmo com o PRR não chega aos 2%."
(12:11 - 12:14) LIVRE "Há um grande espaço para a Europa fazer investimento."
(12:14 - 12:23) LIVRE "Há agora, porque Trump está a dar cabo da confiança nos títulos de tesouro norte-americanos, há agora uma grande possibilidade da Europa emitir dívida comum."
(12:23 - 12:25) LIVRE "Claro que é uma batalha difícil e é por isso que é preciso não alargar."
(12:26 - 12:33) LIVRE "É preciso que é preciso fazê-la sempre sem estados de alma, criticando onde é preciso criticar, mas tendo soluções e passar do contra ao como."
(12:34 - 12:35) LIVRE "Nós também somos do contra quando temos que ser."
(12:36 - 12:40) LIVRE "Mas aqui a atitude é também saber como propor o como para a União Europeia"
(12:44 - 12:53) BE "Eu acho que aqui o contra é precisamente o como. É dizer, a industrialização da Europa e o projeto de futuro da Europa e de Portugal não é o armamento."
(12:53 - 13:00) BE "Não é. É a habitação, é tecnologia, é inovação, é a ciência, são os serviços públicos,"
(13:01 - 13:04) BE "é resolver as frustrações que deixou um modelo económico errado."
(13:04 - 13:05) BE "Não é o armamento."
(13:06 - 13:13) BE "Mesmo, mesmo, ah, se considerarmos só a indústria do armamento, a União Europeia, a Europa exporta armas."
(13:13 - 13:16) BE "Exporta armas para o genocídio de Israel,"
(13:16 - 13:18) BE "mas a Europa exportou armas para a Rússia."
(13:19 - 13:22) BE "A Europa exportou armas para a Rússia depois da invasão da Crimeia."
(13:23 - 13:43) BE "Depois da invasão da Crimeia, a Europa, os Estados europeus, não só foram incapazes de levar até ao fim as sanções sobre os oligarcas russos que continuaram a fazer de vários países europeus a sua lavandaria, Portugal inclusive,"
(13:44 - 13:46) BE "como deixou entrar por aí os vistos Gold."
(13:46 - 13:55) BE "Portanto, a ideia de que Putin vem num tanque montado e que nos vai entrar pela fronteira espanhola, é uma ideia errada."
(14:13 - 14:18) BE "Putin não chegou a Kiev. E não chegou porque a Europa apoiou a defesa, a defesa ucraniana."
(14:19 - 14:40) BE "Portanto, dizer que nós temos que gastar 800 mil milhões, que nos vamos endividar até aos dentes para gastar mais em armas, para comprar mísseis, bombas, drones, para alimentar uma indústria de armamento que quer viver e crescer às custas do dinheiro que deveria ir para a educação, para a saúde, para a habitação, é um erro."
(14:41 - 14:42) BE "E isso é o modelo que nós defendemos."
(14:44 - 14:48) LIVRE "a Europa enquanto tal, a União Europeia, não tem praticamente dívida da União."
(14:48 - 14:50) LIVRE "Tem agora alguma residual por causa do PRR."
(14:51 - 15:00) LIVRE "A União Europeia não se vai endividar até aos dentes se emitir eurobonds e se houver 4 ou 5 bilhões de euros que fogem dos títulos do tesouro americanos para virem procurar refúgio na Europa."
(15:01 - 15:12) LIVRE "Inclusive, esse dinheiro chega à vontade para o que é preciso fazer também em transição ecológica e até em novos projetos europeus de ciência e tudo o que precisamos fazer para acolher os cérebros que agora fogem dos Estados Unidos."
(15:13 - 15:24) LIVRE "Mas nós não podemos ver o que vimos neste massacre em Sumi ainda há poucos dias e dizer que não faltaram armas aos ucranianos ali, ou que lá porque é do outro lado do continente, eh, Putin não vem até aqui de tanque."
(15:25 - 15:32) LIVRE "Quer dizer, se não tivéssemos apoiado os ucranianos, Putin queria chegar até Odessa, a poucos quilómetros de onde estão militares portugueses na Ruménia."
(15:32 - 15:35) LIVRE "E depois também é preciso ouvir o que dizem os nossos parceiros europeus."
(15:50 - 15:59) LIVRE "Nós ficamos completamente abalroados pela maneira como Trump diz que quer a Gronelândia e à margem diziam-nos, e cuidado que ele um dia lembra-se dos açores, ou que os açores existem."
(15:59 - 16:03) LIVRE "é preciso estar lá na sala com os nossos parceiros dinamarqueses e levá-los a sério."
(16:36 - 16:41) LIVRE "Só evitamos que os nossos filhos vão para qualquer guerra, se formos levados a sério antes de qualquer guerra acontecer."
(16:42 - 16:43) LIVRE "E é isso que eu quero que a Europa seja."
(17:17 - 17:23) LIVRE "Esta proposta de determinar um rácio entre o salário mais baixo e o salário mais alto dentro de uma empresa,"
(17:45 - 17:57) LIVRE "quando há uma diretiva em relação à presença de mulheres nos conselhos de administração das empresas, e ela é votada a nível europeu e depois é votada em todos os nossos estados membros, a concorrência é igual para todos, todas as empresas têm que obedecer a esse critério."
(17:58 - 18:30) LIVRE "E tal como esse critério deve ser verificado, acho que nós temos que acabar com os diferenciais absolutamente obscenos que criam uma casta à parte de CEOs para quem verdadeiramente nem o céu é o limite,"
(18:31 - 18:40) LIVRE "que basicamente muitas vezes drenam toda a capacidade que as empresas têm de reinvestir e de aproveitar aqueles que de facto fazem a riqueza, que são os trabalhadores dessas empresas."
(18:41 - 18:45) LIVRE "Eu acho que nisso não encontraremos, faz parte dos tais 99% em que votamos em conjunto."
(18:46 - 18:53) LIVRE "E bem, porque eu acho que as pessoas, as pessoas comuns percebem que fazem a riqueza também das suas empresas e que têm que ser tida em conta nelas."
(19:11 - 19:17) BE "Eu estou de acordo com a proposta dos Leques salariais, aliás, o Bloco tem vindo a propô-la, tentando limitar,"
(19:17 - 20:04) BE "fazendo com que, é básico, é simples, um trabalhador não pode ganhar num ano aquilo que o gestor ganha num mês de trabalho."
(20:04 - 20:08) BE "E se o gestor quer ganhar mais, aumenta o salário dos trabalhadores e está tudo bem."
(20:13 - 20:19) BE "Porque a desigualdade é que faz mal às economias, cria ressentimento, cria problemas até de instabilidade económica."
(20:21 - 20:40) BE "E sempre que nós temos uma proposta justa - isto aconteceu com o teto nas rendas, o Bloco introduziu a ideia do teto nas rendas no debate das eleições este ano, ainda bem que foi capaz de o fazer, ainda bem que estamos a discutir isso, é a única forma para baixar o preço das rendas - sempre que tentamos introduzir uma proposta que traga mais justiça, perguntam-nos: Mas os ricos não vão fugir?"
(20:41 - 20:53) BE "Sempre. E essa pergunta nunca é feita, nunca é feita quando se trata de propostas que castigam quem trabalha, que castigam quem está à procura de casa e não consegue, castigam quem ganha... Quem ganha o salário mínimo nunca consegue fugir a nada."
(20:54 - 21:41) BE "E sempre que tentamos taxar os mais ricos, tetos nas rendas, impor limites aos offshores, há sempre o perigo da fuga."
(21:42 - 21:43) BE "Não, não podem."
(21:43 - 21:46) BE "Cabe-nos a nós fazer leis para que não, para que não possam fugir."
(21:58 - 22:06) BE "sugeri que empresas que vão à falência passem para as mãos dos trabalhadores com a entrada de capital, nomeadamente do Estado."
(22:09 - 22:16) LIVRE "é curioso, nunca nos perguntam: Então e se os pobres fogem? E se os trabalhadores fogem? E se os estudantes nos quais investimos fogem?"
(22:17 - 22:22) LIVRE "É que as pessoas também fogem por ver que tem uma diferença salarial enorme, por ver que não conseguem pagar uma casa."
(22:23 - 22:32) LIVRE "Eu digo, um rico que foge e que foge aos impostos, tem que haver instrumentos nacionais e internacionais para apanhar essa fuga aos impostos, porque isso é imoral."
(22:33 - 22:38) LIVRE "Mas eu fico muito mais triste quando vejo gente que fez o mestrado ou o doutoramento em Portugal e depois não consegue pagar uma casa e vai embora."
(22:38 - 22:40) LIVRE "Esses acho que nos preocupam mais a ambos."
(22:43 - 22:49) LIVRE "A Constituição portuguesa, desde 76, ela reconhece o direito dos trabalhadores à autogestão, só que nunca o regulamentou."
(22:50 - 22:51) LIVRE "E nós temos que o fazer."
(23:03 - 23:25) LIVRE "Eu penso trabalhadores independentes, penso gente que, designers, tradutores, jornalistas, escritores, gente que se possa associar, não precisa de capital social, pode fazer a empresa na hora, pode entrar e sair de uma cooperativa de trabalhadores, de um arranjo produtivo local, um bocado quase como quem conhece na área científica, entrar ou sair de um projeto de investigação, isso ser fácil,"
(23:26 - 23:33) LIVRE "porque dá às pessoas a possibilidade de criar oportunidade económica para si mesmas - e aí entra a proposta da herança social que nós fazemos -"
(23:34 - 23:46) LIVRE "e também, evidentemente, de tornar mais sofisticada a nossa própria economia, de não estarmos sempre neste dilema, ou as pessoas estão a ser exploradas numa grande multinacional, ou estão na precariedade, ou são funcionários do Estado."
(23:47 - 23:57) LIVRE "Há certamente gente que pode querer qualquer uma destas opções e há gente que quer fazer outras coisas, e acho que a possibilidade de empresas que vão à falência serem geridas, bem geridas pelos trabalhadores, nós acompanhamos."
(24:19 - 24:21) BE "é preciso ter pensamento sobre a economia."
(24:22 - 24:31) BE "É preciso saber como é que, que setores é que devemos desenvolver, o que é que fazemos ao nosso tecido empresarial, fabril, industrial, para onde é que queremos ir."
(24:32 - 25:00) BE "Eu tenho encontrado vezes demais muitas fábricas que estão a fechar. Algumas nem é por falta de clientes, algumas não é por falta de stocks, algumas é mesmo por má gestão."
(25:09 - 25:30) BE "Estas mulheres percebem deste negócio, ficaram sem emprego, ganhavam o salário mínimo e há sempre um patrão que aparece à última da hora, um investidor, compra uma empresa, não percebe nada do negócio, que leva à falência, deixa as pessoas sem receber, que desaparece, não lhes diz nada. E elas percebem mais daquele negócio do que aquele investidor que apareceu do nada."
(25:30 - 25:36) BE "E portanto, o Estado tem obrigação, acho eu, não só de perceber quais são os setores essenciais para o futuro da economia,"
(25:41 - 25:49) BE "é encontrar os meios e o apoio, há muito apoio ao empreendedorismo, há muito apoio às empresas, há muito apoio a setores como o turismo que se têm vindo a desenvolver."
(25:50 - 25:54) BE "Porque é que não podemos apoiar um grupo de mulheres que quer tomar conta de uma fábrica e que sabe como fazê-lo?"
(25:55 - 25:57) BE "Portanto, acho que isto é um apoio à base da economia."
(26:12 - 26:16) LIVRE "também podia ser a Mariana, porque pela resposta que ela acabou de dar, se vê que a esquerda tem uma coisa que a direita não tem."
(26:19 - 26:26) LIVRE "A direita diz-nos, a única maneira da economia crescer, ser mais sofisticada, subir na escala de valor é baixar os impostos. Só sabem uma maneira."
(26:27 - 26:30) LIVRE "Só tem uma resposta. E à esquerda há várias respostas."
(26:30 - 26:35) LIVRE "Investir nas pessoas é uma resposta, apoiar as empresas em transição e diversificação é uma proposta."
(26:36 - 26:45) LIVRE "E portanto, olhem para a esquerda, até naquilo em que a direita às vezes se apresenta como sendo a sua praia, que é a economia, porque encontram mais respostas na esquerda e mais vitalidade no nosso debate."
(26:47 - 26:52) LIVRE "Não é sobre o PS, é sobre uma governação progressista e da ecologia e que tenha que ter uma fasquia ética mais elevada."
(26:52 - 26:58) LIVRE "Um primeiro-ministro não pode ter uma consultora na sua esfera familiar, lamento, tem que estar numa gestão profissional independente."
(26:58 - 27:03) LIVRE "Ministros e ministras devem ir a audições parlamentares antes de assumir funções."
(27:03 - 27:04) LIVRE "O SNS não pode ser privatizado."
(27:05 - 27:07) LIVRE "Tem que haver mais investimento na habitação e na educação."
(27:08 - 27:13) LIVRE "A Ucrânia não pode deixar de ser apoiada e a Palestina deve ser reconhecida como estado independente nos primeiros dias de um governo à esquerda."
(27:14 - 27:22) LIVRE "Eu acho que isto é uma plataforma de entendimento onde cabem vários partidos, onde cabe muita gente e, acima de tudo, que é maioritária entre os portugueses, e eu acredito nisso."
(27:30 - 27:35) LIVRE "Porque Portugal tinha ainda até há pouco tempo uma maioria sociológica e eleitoral à esquerda."
(27:35 - 27:38) LIVRE "Eu acho que a esquerda deixou de falar de liberdade, isso foi um erro que cometemos."
(27:39 - 27:40) LIVRE "É preciso reivindicar a liberdade à esquerda."
(27:41 - 27:44) LIVRE "Não é uma liberdade do Estado, mas é, como dizíamos nós, para ser livre."
(27:45 - 27:50) LIVRE "A comunidade, nós, uns aos outros e às vezes o Estado também, ajuda-nos a ser livres."
(28:11 - 28:18) BE "Pedro Nuno Santos tem repetido que nunca foi um radical de esquerda e no debate consigo, Mariana Mortágua, até o acusou de desprezar medidas de esquerda."
(28:24 - 28:26) BE "Não acho que que essa seja a questão."
(28:26 - 28:33) BE "O Pedro Nuno Santos e o PS têm sido muito claros sobre a sua estratégia: quer mais um voto que o PSD para governar com o apoio do PSD."
(28:34 - 28:38) BE "E acho que nós sabemos que isso não vai resolver nenhum problema que não tenha sido resolvido."
(28:38 - 28:44) BE "Esta campanha será sobre a capacidade da esquerda de ter mais deputados para impor medidas."
(28:45 - 28:46) BE "E medidas que resolvam a vida das pessoas."
(28:47 - 28:52) BE "E há medidas simples que podem fazer toda a diferença. O teto às rendas pode baixar o preço das casas, não é 2043."
(28:53 - 28:56) BE "É amanhã, é no tempo da nossa vida."
(28:57 - 29:02) BE "Nós podemos garantir uma reforma antecipada a quem trabalha por turnos no tempo da nossa vida."
(29:02 - 29:06) BE "É óbvio que todos defendemos mínimos de decência, na democracia tem que haver, tem que haver mínimos de decência."
(29:07 - 29:15) BE "Mas ou nós, e para recuperar essa maioria, essa vontade à esquerda, acho que não podemos ceder nos princípios mais fundamentais da esquerda."
(29:15 - 30:11) BE "E a nossa campanha tem sido sobre isso, sobre os princípios mais fundamentais da esquerda, sobre o que significa uma política de investimento na habitação, na saúde, nos serviços públicos, sobre o que significa respeitar o trabalho, sobre o que significa ter medidas que funcionam e que podem ser aplicadas agora e que trazem justiça."
(30:11 - 30:20) BE "E espero que esta campanha possa servir para com a nossa convicção trazer votos para o Bloco de Esquerda e deputados à esquerda."